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Lobsang Rampa; A Verdade e as Religiões

PERGUNTA: O senhor não é cristão, não foi criado na Bíblia, o que pensa dela?
Por Lobsang Rampa

RESPOSTA: Bem, tem de lembrar-se, para começar, que a Bíblia foi escrita muitos e muitos anos depois dos acontecimentos que são relatados. E ainda, que foi traduzida, mal traduzida e retraduzida muitas e muitas vezes. 

O grande sacerdote fulano de tal exigiu uma nova tradução, então aparece alguém com uma, ou então o Rei James I, ou outro, decidiu que queria uma tradução autorizada. Apesar disso, ela contém muito de verdade, porque a verdade nunca morre, pode ser ocultada até certo ponto, mas para os que sabem discernir, está sempre lá. Na questão da Bíblia, há estranhos registros escritos nas línguas misteriosas da idade pré-histórica, mas nem sempre se pode tomá-los pelo seu valor aparente. Você não poderia tomar os manuscritos exatamente como se apresentam, não pode interpretá-los literalmente, teria de usar uma simbologia.


A Bíblia é um livro esotérico e, naturalmente, está ligado ao sistema simbólico dos hindus, caldeus e egípcios. Cristo foi ao Tibete e depois de passar pela Índia e estudar suas religiões — na realidade ELE estudou no Tibete — regressou ao mundo ocidental como uma religião basicamente oriental, mas adaptada ao ocidente. Se duvida, lembre-se de que se estudar os sistemas hindus encontrará os mesmos glifos e números e se ao menos esses "cientistas" desgraçados lessem a bíblia corretamente, tendo em mente a antropologia, a etnologia, a cronologia, a fisiologia e tudo o mais, teriam uma maior compreensão da história, porque a Bíblia é um auxiliar precioso para o estudo das eras passadas. Mas, antes que se possa ler a Bíblia, é necessário saber tudo sobre os hierofantes caldaicos, pelos quais se adquire o conhecimento da Cabala.


Se estudarem cuidadosamente os primeiros cinco Livros do Velho Testamento, descobrirão que registram lendas e são uma dissertação bastante útil sobre as fases filosóficas da cosmogonia.

Todos conhecem a história de Moisés e como ele foi encontrado entre os juncos pela filha do Faraó. Bem, pode interessar-lhes saber que tudo isso aconteceu mil anos antes, porque há certos azulejos conhecidos como "Azulejos Babilônicos" que contam a história do Rei Sargãb. Ele viveu antes de Moisés, muito tempo antes, na realidade 1.000 anos antes, e a história de um menino encontrado entre os juncos era a sua história. O livro do Êxodo não foi escrito por Moisés como geralmente se acredita, mas foi coletado de várias fontes anteriores por Ezra; com relação a isso, o livro de Jó é o mais antigo do sistema hebreu e, certamente, é anterior a Moisés.
 

E ainda mais: qualquer das grandes histórias da Bíblia, tais como a Criação, a Queda do Homem, a Culpa da Mulher, o Dilúvio, a Torre de Babel, foram escritas muito antes da época de Moisés. Essas histórias são na realidade versões posteriores daquilo que os arqueólogos chamam de Manuscritos Caldaicos.

Os judeus adquiriram suas primeiras ideias sobre a Criação, de Moisés, que por sua vez as obteve dos Egípcios, e todas elas foram tiradas dos registros caldeus-acádicos e reescritas por Ezra. Vocês encontrarão que Deus é o Logos. E que a Bíblia, na realidade, começa com uma má tradução onde se lê: "No começo Deus criou o Céu e a Terra." Isto não se referia à Terra física, mas ao Superior e ao Inferior, ao Visível e ao Invisível.

Há muitas discrepâncias; consideremos, por exemplo, a primeira parte do Gênesis: Deus disse: "Que haja o firmamento", e um segundo Deus obedeceu e fez o firmamento. O primeiro Deus disse: "Que haja luz", e o segundo Deus fez a luz. De onde se depreende que Deus comanda outros Deuses que lhe deviam ser inferiores, por cumprirem suas ordens.

"Que haja luz." Isto não significa a luz do dia, a luz do sol ou a luz artificial, e sim a luz espiritual, significa elevar a alma do homem das trevas, para que ele se aperceba da grandeza de Deus. 

E ainda, Adão não foi o primeiro homem. A Bíblia nos diz isso porque em Gênesis 4.16.17, Caim foi à terra de Moab com a intenção de comprar uma esposa. Ora, se Adão foi o primeiro homem, qual a finalidade de Caim ir a Moab buscar uma esposa se não houvesse nenhuma! Na realidade Adão é composto de dez Sephiroth, e, naturalmente, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são o trio superior no mundo arquetípico, enquanto o segundo Adão é uma composição esotérica, que representa os sete grupos de homens — os sete grupos da humanidade que, assim, formaram a primeira raiz da raça humana.

Existiram atlântidas que fizeram muita pesquisa: se você ler a Bíblia, como deve, isto é, esotericamente, descobrirá que as sete chaves que abrem os mistérios das sete grandes raízes das raças, remonta maus tempos da Atlântica. Assim, os egípcios obtiveram informações dos atlântidas, os judeus dos egípcios, alterando-as um pouco e passaram-nas aos cristãos que pegaram toda essa informação, destorceram-na consideravelmente, os tradutores para o Latim acertaram as arestas dos comentários e fizeram-na encaixar nos novos ideais e ideias cristãs, da mesma maneira que hoje em dia os políticos alteram a história para beneficiar seu próprio país. 

Direi mais alguma coisa sobre religião adiante neste capítulo, mas sobre a Bíblia já é suficiente.



PERGUNTA: O senhor acredita na história do Jardim do Éden? Escreva-me dizendo o que pensa ser o seu significado real.

RESPOSTA: Em resposta à sua pergunta acima, acabei de dizer que terminei com a Bíblia, no momento. Bem, teremos de reabrir a questão para responder à sua pergunta que creio referir-se à lenda sobre o Jardim do Éden, se acredito na queda de Adão e Eva, e se ela foi causada pelo interesse na diferença entre os seus corpos. Em outras palavras, ao ler a pergunta, se penso que o sexo foi a ruína da humanidade. Não, é claro que não. Acho que tudo isso é tolice. No tempo do Papa Gregório frequentemente chamado "o grande", a vasta Biblioteca Palatina contendo muitos manuscritos foi destruída. Havia papiros que remontavam quase aos primórdios do cristianismo. 

A Biblioteca foi destruída. O Papa achava que os homens estavam aprendendo demais; e se os homens aprendessem mais que os padres, representariam um perigo para estes, pois fariam perguntas que os padres teriam dificuldade em responder.

O Papa Gregório achou que os homens deviam recomeçar sem o benefício dos escritos de outros. Teve também uma ideia de que o momento era oportuno para reescrever a história do cristianismo e editá-la de tal maneira que o poder dos padres não ficasse diminuído. Assim, as bibliotecas foram queimadas e manuscritos inestimáveis perderam-se para a média dos homens. Alguns deles, em duplicata, foram escondidos em cavernas noutras partes do mundo, mas para os que têm acesso ao Registro Akáshico todo o conhecimento está sempre disponível.

No caso de Adão e Eva, devemos lembrar-nos de que o chamado pecado original não foi o sexo, não tinha nada a ver com o corpo físico, era uma coisa abstrata. O pecado original foi o orgulho, o falso orgulho; pessoas inferiores a quererem igualar-se aos Deuses. O homem e, naturalmente, a mulher julgaram-se iguais a Deus e rebelaram-se contra Ele. O Jardim do Éden era a jovem Terra, que então se tornava apropriada para abrigar uma nova raça — a humana. 

Compreenda que já existiram muitas raças na Terra, muitas formas de vida.

Antes que o homem, como o conhecemos, aparecesse nesta Terra, havia outra raça semelhante, não macacos peludos como popularmente supõe-se, mas um tipo completamente diferente, habitando continentes há muito submersos no oceano, para que outros pudessem aparecer e outras nações se formassem.

Esse povo era diferente. Tinham traços anatômicos algo diverso dos nossos, sobre os quais não precisamos nos estender. Sua pele era púrpura e eram maiores e mais altos que os seres humanos do presente. Eram inteligentes, talvez demasiado inteligentes para o seu próprio bem e viviam no chamado Jardim do Éden.

De acordo com os registros antigos, a Terra era uma colônia, uma colônia povoada por entes vindos de muito distante, de além do nosso universo. Ao tempo do Jardim do Éden, os Supervisores que eram gigantes, de acordo com a percepção humana, vieram à Terra verificar a nova raça de homens, o povo púrpura. Eram, na realidade, uma vez e meia o tamanho do povo da Terra, daí termos uma memória racial da época em que Deuses e gigantes andavam pela Terra.

Os supervisores, que, afinal de contas, eram apenas humanos de um tipo diferente, confraternizaram muito livremente com o povo púrpura da Terra e tornaram-se tão demasiado amistosos, que os terrenos inferiores começaram a ter uma noção exagerada da sua própria importância; pensaram que, se os Deuses se associavam a ele, é porque deveriam ser maravilhosos. E, assim, ficaram impressionados com as armas e aparelhos muitíssimos estranhos dos Deuses, com as caixas que mostravam imagens e produziam vozes e música vindos do éter. Conspiraram e planejaram derrubar os Deuses, os Supervisores, e obter tudo aquilo para eles próprios.

Veículos conhecidos como os Carros dos Deuses relampejavam pelo céu dia e noite. Os Deuses estavam ocupados percorrendo a nova Terra, verificando o bem-estar do povo, mas ainda tinham tempo para confraternizarem. Idealizaram um esquema pelo qual uma jovem, que agradava particularmente aos Deuses, deveria tornar-se ainda mais atraente a um certo Supervisor. E o plano era que, enquanto os Deuses estivessem "ocupados", como poderíamos dizer, os homens os matariam.

Os Deuses tomaram conhecimento do plano e de que a humanidade era muito, muito falha, de que tinham pensamentos traiçoeiros, ansiavam pelo poder e tinham orgulho — falso orgulho. E assim, a humanidade foi expulsa daquele lugar particularmente agradável; em outras palavras, foi expulsa do Jardim do Éden pelos anjos de espadas flamejantes. Agora, pensem: suponhamos que um selvagem que nunca viu um avião a jato visse um deles passando no céu, roncando como uma tocha ardente, não seria um Carro dos Deuses? Suponhamos que visse uma arma sendo disparada, visse a fumaça e talvez uma chama saindo do tambor, não pensaria ser uma espada flamejante? Precisava dar-lhe um nome e não conhecia um revólver; uma espada flamejante serviria, chegou até nós através dos livros de história e tudo o mais.

No curso do tempo, a evolução natural da Terra provocou terremotos e tremores, fez com que continentes submergissem e emergissem. A maior parte da humanidade foi destruída nas várias catástrofes e calamidades, mas alguns escaparam refugiando-se nas terras altas. Alguns deles, na realidade, continuaram a viver de acordo com a memória ancestral. Por exemplo, já viu alguma vez um nativo da África que não fosse preto, mas quase púrpura escura? Pense nisto. Concordará que já há no mínimo três raças na Terra, a preta, a amarela e a branca. São três raças diferentes e há bastante dissensão entre elas, dissensão racial, como se cada uma considerasse a outra uma intrusa.

Assim, voltando ao Jardim do Éden, descobrimos que os Deuses quando andavam na Terra eram bons e cheios de consideração. Naturalmente, não eram Deuses, mas supervisores de fora deste Universo. A humanidade tentou aproveitar-se deles, e o pecado original não foi o sexo, que é uma função natural, mas o orgulho e a rebelião.

Ê claro que a Igreja, ao tempo do Papa Gregório, e de fato, muitas vezes na sua história, tem tido uma grande fobia ao sexo. Não contra o orgulho. E porque convinha aos seus propósitos, disseram que a queda do homem se deu através da mulher porque a mulher o tentou com o sexo, a mulher era uma pecadora, uma tentadora, sempre a transgressora. 

Não há nada na Bíblia, nem na crença cristã verdadeira que corrobora a afirmação de que a queda do homem foi através do sexo. O próprio Cristo nunca se opôs às mulheres. Nunca pensou que a mulher fosse uma criatura inferior que devesse ser tratada como um cachorro ou coisa pior.

Santo Agostinho e muitos outros se aproveitaram da reescritura da Bíblia para pregar muito e mais violentamente contra o sexo. Agostinho era um daqueles que se opunham terrivelmente ao sexo mesmo no casamento. Talvez valesse a pena incluir aqui um pensamento de que não há quem faça maior oposição à bebida do que o bêbedo regenerado, e, não há maior oponente ao vício, assim chamado, do que aquele que o deixou.

PERGUNTA: O que pensa da religião?

RESPOSTA: Pelo amor de Deus! Pensei que, por ora, já tivesse fechado a Bíblia, mas devo dizer que, naturalmente, sou "a favor" da religião. Há pouco tempo atrás, recebi uma carta de um seminarista que me censurou. Num dos seus livros, o senhor se refere à Convenção de Constantinopla no ano 60. Não encontro menção na Bíblia.

Houve uma Convenção de Constantinopla no ano 60. Não existe referência na Bíblia atual, porque as autoridades da Igreja já a reescreveram um sem-número de vezes. Mesmo agora há reuniões frequentes em Roma para decidir o que deve ser ensinado e o que deve ser suprimido, que seita religiosa deve ser reconhecida e qual deve ser afastada. A religião está em constante reforma. É claro que os ensinamentos de 2.000 anos atrás não são necessariamente os mais adequados ao momento, precisam ser atualizados para preencherem os requisitos modernos. O meu amigo seminarista escreveu-me algo consternado e até um tanto aborrecido dizendo que o enganei. Tive o prazer de responder-lhe afirmando que não eu, mas seus superiores o enganaram. Ele deveria consultar os livros e os papiros e tirar suas próprias conclusões.

Não estou tentando mudar a religião de ninguém. Creio em Deus e, ainda que O chame por um nome diferente daquele usado pelos cristãos, judeus ou muçulmanos, creio em Deus e estou certo de que a religião é necessária; dá-nos disciplina mental e espiritual. Se, hoje, a religião fosse mais difundida haveria menos delinquência juvenil.

Sou pela religião, e a favor dos sacerdotes, desde que ensinem a verdade e reconheçam que todos têm direito à sua própria crença. Há algum tempo atrás, na Europa, atravessava a rua em traje budista para apanhar um táxi; um sacerdote de uma certa seita viu-me e quase desmaiou, como se defrontasse o próprio diabo! Persignou-se diversas vezes e afastou-se rapidamente, com total falta de compostura. Contemplei-o divertido. Creio que a melhor regra seja: — Fazei como gostaríeis que vos fosse feito. Não faz diferença a maneira como um homem se veste, quer seja um sacerdote católico ou um rabino; se é um homem bom, eu o respeito. Se é um impostor em vestes sacerdotais, então o desprezo ou apiedo-me de que não compreenda o mal que faz a si próprio. Porque os sacerdotes de qualquer seita têm uma responsabilidade enorme: as pessoas que os procuram esperam ajuda e verdade.

A maior parte do que é ensinado na religião, — qualquer uma, não apenas no cristianismo, — até mesmo na história, é alterada para melhor adaptar-se aos poderes políticos da época ou à própria época. Consideremos mais uma vez Sir Francis Drake: na Inglaterra é um grande herói; na Espanha, um pirata desqualificado. Qual é o certo?

Falemos de algo que nos toque mais de perto: que tal o Graf Spee? Os alemães o consideravam um navio heroico, tripulado por homens também heroicos mas, para os americanos e os ingleses, era um navio pirata que pilhava pacíficos navios mercantes. Portanto, os ingleses destruíram o orgulho da Marinha alemã. Qual dos dois estava certo? Os alemães ou os ingleses?

Na Alemanha, a história foi destruída e reescrita. Na Rússia, se acreditarmos nos livros de história atuais, a maioria das grandes invenções do mundo são russas. Pergunto-me se Henry Ford seria chamado "Fordaki" na Rússia? Li que os russos dizem ter inventado o avião, o telefone, o automóvel e a palavra "Não" — niet. São também os autores da guerra fria. Entretanto, não estamos tratando de política e direi que o perigo não está na Rússia, mas na China.

Assim, não creia no que está impresso, mas pense por si próprio e se quiser algo mais forte que o pensamento, se não pode frequentar as grandes bibliotecas do mundo, trate de viajar no astral. Quando fizer isso poderá consultar o Registro Akáshico e este não pode ser alterado, não há maneira de apagá-lo nem de ocultar o verdadeiro conhecimento. Está à disposição daqueles que têm olhos para ver e orelhas para ouvir.

As religiões são realmente muito engraçadas, se esquecermos que são apenas uma disciplina mental e espiritual. 

Umas dizem que não se pode comer carne de porco, outras que não se deve comer carne às sextas-feiras. Uma diz que o corpo deve estar coberto do pescoço para baixo, deixando o rosto aparecer. Outra diz que se pode andar tão nu quanto um ovo cozido, desde que o rosto esteja coberto.  

Digo: Faça como gostaria que lhe fosse feito — esta é a melhor religião de todas.

Trecho extraído do livro "Capítulos da Vida", de Lobsang Rampa
Editora Record

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